Alta da Selic pressiona setor imobiliário: especialistas alertam sobre custos de financiamento e riscos de inadimplência
Além do bolso dos brasileiros, que sentirá o impacto imediato da elevação da taxa de juros para 10,75%, o mercado imobiliário também é um setor mais sensível aos juros mais altos, segundo especialistas.
Na análise da Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter, o principal efeito da elevação da Selic será o aumento do custo de crédito tanto para famílias como para empresas. Para a especialista, é preciso “se preparar um custo de financiamento maior daqui para frente”, diante da possibilidade de novo aumento nos juros ainda este ano.
Rafaela Vitoria também alerta para um possível conservadorismo maior do sistema financeiro. “A oferta de crédito também tende a diminuir”, explica. Esta redução é, na verdade, um dos objetivos do Banco Central, visando desaquecer a demanda na economia.
Já o Maurício Valadares, CEO da Nau Capital, alerta para a inadimplência. “Com os juros subindo, o risco de inadimplência aumenta, especialmente em setores mais sensíveis como o imobiliário e o de consumo”, afirma.
A mudança na política monetária altera também o quadro de investimentos no Brasil: o aumento da Selic encarece o financiamento de imóveis, podendo reduzir a demanda. Rafael Haddad, especialista da C6, explica que investidores têm buscado opções com maiores rentabilidades, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI).
A alta da Selic interfere ainda no mercado de ações, impactando negativamente empresas que dependem de financiamento para expansão. O setor imobiliário tende a sofrer mais, devido à queda no poder de compra da população e ao aumento dos custos de financiamentos.
Apesar do crescimento do PIB e queda no desemprego, as empresas altamente endividadas, incluindo as do setor imobiliário, podem enfrentar dificuldades para lidar com os custos crescentes do financiamento. Os especialistas, no entanto, afirmam que não é um cenário preocupante, apenas de cautela, tanto de investidores quanto de consumidores no mercado imobiliário.
Fontes: CNN e Estadão

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